Harmonia no Jazz - Root & Shell - Improvisação

Root & Shell

Aqui começa a teoria do jazz propriamente dita. Estes dois elementos vão mudar a sua vida. Mas antes de entrar neste tópico vou te ensinar uma receita que desenvolvi para conseguir crescer musicalmente, quer seja como intérprete, compositor ou mesmo como arranjador.

Receita:
Sonho
Organização
Disciplina
Determinação
Criatividade

Falarei sobre cada um deles `a medida em que formos tratando de técnica, para você entender a importância de ter estes aliados na sua carreira musical.
Tudo começa com um Sonho e depois  vão se acrescentando os outros ingredientes. Lembra do tópico anterior, treino leve? Pois bem. Eu utilizei para este treino 3 ingredientes da nossa receita que foram a organização, disciplina e determinação. Tenho certeza que isto vai te ajudar bastante. Foco!

Tem um ditado entre os músicos que diz assim: “Se você ficar um dia sem pegar no instrumento sua família percebe. Se você ficar 2 dias sem pegar no instrumento seus amigos percebem. Se você ficar 3 dias, todo mundo percebe!”
Vamos ao ponto então. Root & Shell o que isto significa isto?

Bom, o termo Root traduzido do inglês quer dizer raiz, fonte, fundamental. O root vai ser o que você ouvirá no baixo, ou seja, na sua nota mais grave.
Supondo que você esteja tocando em formato de trio com baixo(b), piano(p) e bateria(dr - drums), o responsável pelo root é o baixo.
Agora se você estiver tocando guitarra solo por exemplo, você terá que tocar o root, para que o público possa entender bem o que você está propondo fazer. Obviamente que toda a regra tem exceção, mas garanto que vale a pena você utilizar o root enquanto toca a solo num instrumento harmônico, isto demonstrará a todos os seus ouvintes que você tem total domínio da linguagem.

Instrumentos melódicos não usarão o root, exceto para se aprender a técnica, que o ajudará a escrever arranjos, ajudar seus amigos baixistas a construírem suas frases, walking bass, etc. Veja por exemplo o grande cantor Bobby McFerrin em duo com Chick Corea, onde ele faz o baixo com a voz enquanto Corea improvisa sobre o tema “Spain”.

Shell traduzido do inglês quer dizer concha, que para nós será o cerne da harmonia, será tudo que é mais importante num acorde, e que é indispensável ouvir.
O shell poderá ser tocado por todos os instrumentos e cantores. Vou te ensinar um treinamento auditivo para acostumar com esta “nova” sonoridade. Vou explicar já a seguir como funciona o shell para instrumentos melódicos e harmônicos.
Vamos ver agora como funciona isso na prática.
Quando você ouve um acorde de 3 sons(tríade), que é composto da fundamental (tônica), terça e quinta, você pode notar que a única diferença entre ambos é a terça. Veja abaixo o exemplo de Dó Maior.


É aqui que entra o Root e Shell.
O root, como você já viu, é a nota mais grave.

Logo é a nota dó, para ambos os acordes.
Agora vamos entender o shell.


Vamos tirar o root e ver como ficamos.

Veja que a nota Sol, pertence tanto ao
acorde maior, quanto ao acorde menor.
Ela é vista no jazz, como a nota que não traz
nenhum colorido especial, sendo portanto  
dispensável na maioria das vezes.

Regra de ouro – Esqueça a quinta do acorde por hora.
Daí você pode perguntar o que colocaremos no lugar, porque senão teríamos um acorde com duas notas, que tecnicamente nem é um acorde. 

Vou te mostrar como funciona o shell.
No lugar da 5ª vamos colocar a 7ª.
Ou seja, de hoje em diante, todos os seus acordes irão ter 7ªM ou 7ªm.

Regra de ouroShell é formado pela 3ª e 7ª do acorde. Veja os exemplos em C.

Agora teremos 2 tipos de shell maiores.



E 2 tipos de shell menores


Root & ShellRoot é o baixo e shell o acorde formado a partir da 3ª e 7ª do acorde.
A terça e a sétima serão as notas que realmente soarão interessantes. A terça classifica se o acorde é maior ou menor, e a sétima define se o acorde é dominante ou não.

Ah! Um acorde dominante é um acorde maior com a sétima menor. Ex.: F#7, Eb7.

Após o grau I(tônica), este é o mais importante, pois ele é responsável por preparar a chegada ao I. Veremos isso no tópico Progressão II-V-I.

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Comm. Samuel Quinto FRSA
Conductor — Pianist — Educator — Composer — Writer — Producer — Speaker, Fritz Dobbert/Kawai Artist
www.samuelquinto.com | Royal Society of Arts — UK | All About Jazz — Editor | Executive President Academia de Letras do Brasil, Phi Dr. Hoc. | Pennsylvania Federation of Music Clubs — USA | Consul — American Diplomatic Mission of International Relations | Chiado Publishing — Author “Improvisar é muito fácil!”

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